quinta-feira, 10 de março de 2011

A paixão por motos.

No ano de 1972 eu com doze anos assistia uma novela que se chamava Dom Camilo e os Cabeludos(
A juventude hippie espanta uma pacata cidade do interior. Dom Camilo é o pároco que tenta resolver os problemas locais, sempre conversando com Cristo na sacristia e enfrentando o deputado comunista Pepone.Para piorar as coisas, sua sobrinha maluca, Katy Pé-de-Bode, vai morar com o padre atormentando a cidade com sua motocicleta.
OTELO ZEONI - Ali começava minha paixão por motos , na novela as motos eram italianas(Guzzi, Ducati,Morelli) eu ficava olhando o vídeo da velha telefuken preto e branco maravilhado, não me importava nem um pouco com o enredo da trama , apenas as motos  .Aos 13 anos pegava uma velha Norton de 500 cc de 1962 do Tino um rapaz que fazia entrega pata um armazém lá do mercadão, e para fazer a "moto"pegar eram um Deus nos acuda dava cada coice que se pegasse na perna já era, saia pelas ruas da barrinha e voltava logo empurrando a motona, pois ela morria a todo momento. Um vizinho tinha uma irmã que namorava um camarada de BH que veio aqui estudar e tinha uma Yamaha, nos finais de semana ele viajava ( isto explica minha preferência pela marca ) e deixava a cinquentinha que ficava emprestada comigo e eu andava lá chácara do Amos Borsari pois não tinha policia por perto andava até a vela encharcar(motor dois tempos era assim).Aos 14 anos fui trabalhar na loja da dona Dalva Magnani, uma bicicletaria e também tinha lá uma oficina de ciclo motores as famosas garelli onde eu andava em todas elas...Sr. Mário Italiano tinha uma vespa Piaggio branca e um dia ele me pediu para levar umas vacinas até sua fazenda que ficava la perto do matadouro municipal,  o cambio e a embreagem eram na mão. puxa foi uma festa, desse dia em diante eu ficava com a vespa o dia todo dava dor no punho de tanto mudar marcha. Na cidade não tinha muita opção em motos algumas Java, Norton, Lambreta , Vespa e poucas "importadas" sete galo(Honda 750) RD 350 Yamaha conhecida por viúva negra pela explosão do motor de 350 cc dois tempos e uma arrancada de deixar qualquer moto maior lambendo poeira , minha favorita.Em 76 chegava as CG 125, quatro tempos, era diferente da  até então  Yamaha 125 dois tempos com aquele barulho de enceradeira e soltando fumaça ... pelo escape(andava muito mais), mas era cara e eu não tinha grana ;já trabalhando em uma oficina mecânica ficava sonhando em ter uma que só aconteceria em 79 com uma CG 125 usada. Os meus ídolos da época eram Giacomo Agostini campeão 1966 até 1972 voltando a ser campeão em 75, oito vezes começou com a MV Agusta e depois Yamhaha, Barry Sheene, Kenny ROBERTS,todos nas 500 cc.Tive muitas motos  CG 125,CB 400/450,XL 250, XL 350,Yamaha RD 125,RD 350,DT 180 , DT 200,FAZER atual.Andar de moto e uma sensação de liberdade, o vento , o sol  e hoje em dia tenho mais um componente que me acompanha a responsabilidade, depois de vários acidentes(sim porque quem anda de moto já caiu ou vai cair um dia rsrsr) e da idade 51 ando mais devagar e com muita atenção, pois a cidade e as estradas devido ao milagre econômico do Lula todo mundo tem moto, e barato e cabe em qualquer lugar,literalmente tem motociclista que estaciona de qualquer jeito e em qualquer lugar tomando a vaga de três motos, “corta” pela esquerda , destrói retrovisor de carro e faz diabruras em cima de uma moto isto não que dizer que fui um santo na minha tenra juventude rsrsrs.Hoje me considero um “motociclista” e não mais um motoqueiro aquele estilo rebelde dos anos 70 me deixou junto com as vasta cabeleira preta e as calças de couro camiseta cortada nas mangas, uma dose de saudosismo, bem mas comportamento ao guidão  de uma moto e assunto para outra historia.

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